No atual contexto da globalização, que é uma realidade comandada pelas tecnologias da informação e cuja natureza é eminentemente económico-financeira, pensamos que os estudos sobre a lusofonia impõem, pelo menos, três direções complementares de investigação.
a. Se nos cingirmos a um ponto de vista pós-colonial, podemos interrogar, por um lado, as narrativas lusófonas como construção, a várias vozes, de uma comunidade geocultural transnacional e transcontinental.
b. Podemos interrogar, igualmente, as políticas da língua e da comunicação como combate simbólico pela afirmação de uma comunidade plural, na diversidade de povos que falam o Português.
c. E podemos interrogar, ainda, a complexidade do movimento de interpenetração das culturas. Um tal movimento compreende, com gradações diversas, colonialismo, neocolonialismo e pós-colonialismo; e traduz, de igual maneira, encontro, assimilação e dominação, na interação entre nós e o outro.