cortejo próprio das confrarias de Misericórdia portuguesas, realizado no dia de Todos os Santos, destinado a trazer em procissão solene os restos mortais dos justiçados para o cemitério, assegurando dessa forma que lhes fosse dada sepultura cristã. Destinava-se contudo a um tipo especial de sentenciados, os condenados a morte para todo o sempre, distintos aos condenados a morte natural. As ossadas destes últimos podiam ser recolhidas logo após a execução, ao passo que as dos primeiros deveriam aguardar pelo próximo 1 de novembro, ficando entretanto expostas aos olhares públicos. No entanto, é de crer que estas distinções, de carácter acentuadamente medieval, se tivessem atenuado ao longo da Idade Moderna, embora o ritual se mantivesse vivo, tanto nas misericórdias do Reino como do Império.
IS