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Indefinição sobre o que éramos

Indefinição sobre o que éramos

Portugal

2011

Rosa Cabecinhas

Entrevistas

Identidades

“E depois tinham que iniciar uma conversa, não é, de alguma maneira, e ‘Were are you from?’ e portanto tínhamos esse problema de definir uma identidade. Ainda por cima, esse foi um período que correspondeu às independências dos países africanos e nós não sabíamos ainda muito bem o que é que queríamos, o que é que queríamos ser”.

“Eu português era francamente a última coisa que eu me via. Eu via-me mais moçambicano, talvez uma hipótese, mas a coisa mais como me via era digamos apátrida… e lembre-se que nós tivemos ali um período de grande indefinição sobre o que éramos. Ainda hoje a minha filha tem duas nacionalidades. E… portanto, quando nós estivemos em 76, 76 foi um período muito mau porque correspondeu àquele ano em que começaram as grandes purgas, foi em 76, 77, as grandes purgas, a gente que nós conhecíamos e que tinha decidido ficar em Moçambique ou estava a fugir à pressa ou estavam pressas”.

 

Pedro, natural de Portugal,  viveu em Moçambique

Entrevista concedida no âmbito do projeto de investigação: “Narrativas Identitárias e Memória Social: a (re)construção da lusofonia em contextos interculturais”, financiado pela FCT (PTDC/CCI-COM/105100/2008

 

Autoria da imagem: Vano (uso livre)