“Tenho lá [em Portugal] a minha família toda e os meus amigos… e a internet… msn, webcam, skype, mantenho um contacto diário, sim, principalmente com os meus filhos. Facilita e muito, facilita, ameniza um pouco a saudade que a gente tem, porque hoje em dia a internet, os skypes, as câmaras e tudo isso… apesar de eu estar muito longe, eu estou do outro lado do mundo, estou a 10 mil km de distância de Portugal, mas quando chega a noite eu sinto-me praticamente como se estivesse em casa, estou ali a falar com o meu filho e a internet permite que eu fale com ele como estou a falar consigo aqui… e a vê-lo principalmente, não é só ao telefone. Quando estava em França não havia essas tecnologias e era muito doloroso, era muito, era muito, custava imenso”.
“A primeira coisa que eu faço na internet é ler o Jornal de Notícias, vou à internet ler as notícias e em minha casa eu tenho TV por cabo e a TV por cabo eu posso escolher (…) por acaso escolhi a RTP Internacional e acompanho sempre as notícias. A primeira coisa que faço não é ler o jornal brasileiro, é ler o jornal português na internet, é ler o Jornal de Notícias e a Bola, porque eu sou fanático por desporto.
“Eu tenho uma ligação muito grande com Portugal, eu comecei muito cedo a emigrar, mas o meu país é Portugal, tenho muito orgulho em ser português e acompanho sempre as notícias, não me desligo, não me consigo desligar de forma alguma, não me desligo, eu sou muito ligado a Portugal”.
João, natural de Portugal, vive no Brasil, 50 anos
Entrevista concedida no âmbito do projeto de investigação: “Narrativas Identitárias e Memória Social: a (re)construção da lusofonia em contextos interculturais”, financiado pela FCT (PTDC/CCI-COM/105100/2008)
Autoria da imagem: Vano (uso livre)